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Nesta terça (20), a partir das 19 horas, o programa realizou um roda de conversa com sindicalistas para debater a questão do piso nacional dos enfermeiros, técnicos, auxiliares e parteiras. Entre os convidados participaram: Valdirlei Castagna (Presidente da CNTS – Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde), Márcio Barbosa (Presidente do Sindiesca – Sindicato dos Trabalhadores em Saúde de Cruz Alta), Rosane do Nascimento (Presidenta do Sindicato dos Municipários de Estância Velha), Rita Vieira (Presidenta do Sindicato dos Municipários de Cruz Alta).

Segundo Valdirlei, a categoria está com dificuldade na implantação do piso nacional, “os hospitais não filantrópicos ingressaram com uma liminar para que provisoriamente fosse suspenso o pagamento, defendendo que a matéria é inconstitucional. Na última sexta-feira (16), o supremo acatou por maioria o pedido do Ministro Barroso. Em um plenário virtual, sem possibilidade de defesa por parte das entidades que defendem o pagamento do piso. Segundo Barroso, esses 60 dias servem para que sejam buscadas as fontes de recurso para o pagamento do piso. Estamos pressionando o congresso nacional para que apresente as fontes de financiamento. O Governo sancionou a lei, mas cruzou os braços, pois não dialogou com o congresso nacional. Isso pode ser resolvido antes de 60 dias, porém pode demorar mais. Certo é que não sairemos das ruas até que isso seja definido. Amanhã teremos paralisação nacional da categoria em todo o Brasil”. 

Segundo a Presidenta do Sindicato dos Municipários de Estância Velha, Rosane Nascimento, dia 9 de setembro, foi realizado um ato pelo piso em Porto Alegre e amanhã a categoria vai novamente para capital, “também aqui em Estância Velha fizemos um ato no dia do desfile do 7 de setembro. Levamos um golpe. Estamos revoltados. Eles dizem que se preocupam com um possível desemprego, mas poucos se preocupam com o atendimento da população e com os trabalhadores da saúde que muitas vezes trabalham três turnos em três trabalhos diferentes”. 

De acordo com o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Cruz Alta, Márcio Barbosa, foi uma irresponsabilidade do congresso nacional ter aprovado a lei sem fonte de financiamento. Eles sabiam que teriam que ter. O poder econômico é muito forte. Só fomos vistos durante pandemia e os Deputados não tiveram coragem de ir contra. O Judiciário deu o recado. Se não tiver fonte de financiamento a pauta não vai avançar. Precisamos fortalecer a luta na rua. Nos próximos dias estaremos informando a data de mais um ato”.

No entender da Presidenta do Sindicato dos Municipários de Cruz Alta, “obviamente o setor da saúde do município está com muita expectativa em relação a implementação do piso, pois Cruz Alta paga um dos salários mais baixos da região. O básico de um técnico de enfermagem é vergonhoso e nem se fala do auxiliar da enfermagem. Os enfermeiros ganham um pouco melhor, mas tem que trabalhar muito. As vezes trabalham 40 horas e possuem muita responsabilidade nas coordenações dos esfs. Os profissionais da saúde receberam muitas palmas e homenagens, mas na hora de implementar o piso veio a frustração. O básico é baixo e o valor da insalubridade é baixíssimo. Trabalhamos com amor e não por amor. E isso não paga nossas contas. Saúde e educação trabalham por salários insignificantes. Em Cruz Alta o piso dos professores para ser pago precisa ser acessado via justiça. Dinheiro tem e só falta vontade política. Isso não pode ser somente fala política em época de eleição”. 

Castanha ainda comentou sobre a medida tomada nesta segunda-feira (19), pelo Presidente do Senado para buscar fonte de financiamento. “Hoje infelizmente as fontes de financiamento estão na mão da Câmara dos Deputados. Somos contra o uso das emendas parlamentares e orçamento secreto. O parlamentar acaba usando o chapéu dos outros e usando dinheiro público na administração do curral eleitoral. O relator Marcelo Castro indicou recentemente que pelo menos os recursos que estavam destinados a COVID sejam encaminhados para o pagamento do piso da enfermagem. Espero que essa semana seja definitiva. Estamos dizendo aos Senadores para que pressionem o Rodrigo Pacheco para que as fontes de recursos apareçam. Que não ousem indicar as fontes. Estamos a dispostos a paralisar amanhã”.

Edição textual: Jornalista Diones da Silveira Biagini (Doutorando em Desenvolvimento Regional).