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Nesta terça (16), a partir das 19 horas, o programa Conexões Esquina Democrática do Jornal Coletivo, que é transmitido em 5 rádios comunitárias no RS, trouxe para bancada de entrevistas, o Militante do Movimento Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis, Fagner Jandrey e Suelen Ramos, que é militante do MNCR no Amazonas. Na pauta as demandas da categoria, leis trabalhistas e a regulamentação dos catadores e catadoras, novos projetos em parceria com o Governo Federal e a coleta seletiva nos municípios brasileiros.  

De acordo com o Militante Nacional do MNCR, Fagner Jandrey, a situação da reciclagem no norte, centro oeste e nordeste é muito pior que no Sul do Brasil. “Antes do golpe na Dilma nos estávamos avançando para sanar essas problemáticas no contexto da reciclagem. Agora temos que retomar e reconstruir os projetos, após os 4 anos de Bolsonarismo e Pandemia, que ainda estão presentes, pois a pandemia do ódio e da ignorância ainda persiste. É preciso combater e “vacinar” essas questões para buscarmos um país com justiça social, dignidade e direitos. Simbolicamente verificamos isso na posse no ato de posse, quando a companheira catadora passou a faixa presidencial para o Presidente Lula. Lá também foi recriado o gabinete interministerial para avançar com as políticas inclusivas dos catadores (as). 

A Catadora Suelen Ramos conta que estão em Brasília com os trabalhadores (as) informais em um evento, onde está sendo debatida a questão da regulamentação do trabalho dos catadores e catadoras e outras categorias. Outro fator que preocupa a ativista é a baixa no preço do material reciclável. Ela espera que com a baixa do combustível isso ajude a impactar na venda do material por conta da questão do frete, “em Manaus na minha cidade ainda não temos coleta seletiva com a contratação dos catadores e catadoras pela Prefeitura. Produtos como o vidro continuam sendo uma problemática, pois quem produz não recolhe”. 

O Militante conta que o movimento está lutando em Brasília pela questão da aposentadoria dos catadores e catadoras e sobre a alta tributação de impostos que as cooperativas pagam. Segundo ele, outra questão que preocupa a categoria é a baixa dos preços dos materiais recicláveis devido a uma série de fatores socioeconômicos e questões da geopolítica. “Por exemplo, existem países que  importam resíduos para o Brasil e a indústria acaba comprando de fora e não dos companheiros (as) catadores (as)”.

A catadora Suelen comenta que a participação nas coletas seletivas no Brasil passam muito pela  sensibilidade da comunidade e ações de comunicação. “Infelizmente as pessoas ainda olham a gente como “rasga sacos”. Na semana do meio ambiente todo mundo quer salvar o planeta. É preciso fazer um trabalho permanente e diário junto às comunidades”. 

Fagner também comenta sobre a criação da frente parlamentar na Assembleia Legislativa do RS. *Queremos pautar o Governo do Estado do RS, para aumentar as políticas públicas em meio a crise da categoria, devido a baixa dos preços dos recicláveis. Antes a luta era para não perder direitos. Hoje é para reconquistar e isso acontece a partir da mobilização e organização da classe trabalhadora.  Envolve toda a sociedade, pois não estamos lutando somente pela gente”.

Edição textual: Jornalista Diones da Silveira Biagini (Doutorando em Desenvolvimento Regional).